quinta-feira, 25 de abril de 2019

A ultima viagem do meu pai..


Naquele terça feira dia 26 de março, tinha chegado ao trabalho há cinco minutos,oiço meu telm tocar no meu bolso. Uma enfermeira do hospital de Leiria me pergunta se estou sozinha o acompanhada, tem uma má noticia a dar-me. Meu pai estava internado ali há uma semana para uma amputação dos dedos dum pé. Só que a cirurgia não se fez, entretanto  ele apanhou uma infeção pulmonar. E numa semana a saúde se degradou e naquela terça feira as 12h15 deixou de viver. 
Nessa terça feira arranjei uma pequena mala a depressa e logo a seguir pus-me a caminho de Portugal. Fui de carro com o marido. Uma viagem muito longa; foi uma daquelas viagens que esperamos sem esperar; que sabemos que iria acontecer.
Meu paizinho foi enterrado na sexta feira as 14h30....foi o momento mais triste da minha vida. Foi como se me arrancassem uma parte de mim.
Na semana seguinte andei a tratar de papeis, formalidades …
Alguns dias depois de regressar andava sempre a pensar no meu paizinho, não acreditava que ele se tinha ido, um pai não se pode ir assim. Naquele dia de manhã um quadro, feito a partir duma foto minha da Nazaré, um quadro ligeiro bem posto na parede dum quarto caiu, devia cair em cima da cama,mas não foi cair no chão fazendo um barulho enorme. Não liguei. No dia seguinte de manhã cai outro quadro na sala; um quadro tambem ligeiro  onde tinha varias fotos dos meus filhos e netos, cai no chão tambem fazendo muito barulho. Ai pensei que meu pai podia andar por ali, sem saber o que ele queria. No dia seguinte estava a almoçar, no radio oiço uma canção que dizia " meu pai que está no céu, sinto saudades tuas, etc.." pensei que era mais um sinal do meu pai. Meu pai veio aqui dizer-me um ultimo "ADEUS"...

25 de Abril sempre !


AVRIL
Les œillets rouges ont poussé sur les pavés
Arrosés par une soif inaltérable de liberté
Une révolution a germé dans les esprits
Sans que coule une goute de sang dans le pays
Il a suffit d'une chanson comme signal
Pour que toutes les rues du Portugal
Se remplissent de tout un peuple réuni
Autour des promesses d'une nouvelle vie
Et mon vieux père exilé loin de sa terre patrie
Ne pourra pas voir passer cette onde d'amis
Et se promener tranquillement le long de l'avenue
Léger comme l'air, libre de penser, sans retenue
Luis Coixao