quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
Reviver
Daqui a duas semanas voltarei ao trabalho. Posso dizer que venho de longe. Caí muito em baixo, não bati no fundo, mas não faltava muito. Fazia mêses que mal conseguia levantar-me da cama, precisava de ajuda, tinha dores na coluna. Andava muito cansada e não conseguia recuperar. Até aquele dia de setembro em que meu corpo deixou de me escutar e tive de parar. Nestes quatro mêses tive periodos em que pensava não conseguir voltar ao de cima, com dores no corpo todo. Pensei em tudo e no pior. Ha um mês comecei a reeducação num centro de balneoterapia e depois de pouco tempo comecei a ver uma luz ao fundo do túnel. Revivo. Agora espero continuar neste bom caminho e voltar as minhas ocupações, a minha rotina.
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
Viagem
Se não vieres,
eu partirei
sozinho
pela estrada-de-noite
que se alonga
na planura
sem
fim.
Levarei nos meus olhos,
cansados
de esperar,
a tua imagem
-que ali ficou
à força de sonhada
-e ela será
a luz
que me há-de guiar
na noite
sem madrugada...
Partirei triste
-eu
sei-
por não teres chegado,
como tinhas dito
-e triste,
sobretudo
por ver
que não vieste
por não te merecer...
Mas o que ninguém consegue
é tirar
a tua imagem
dos meus olhos
deslumbrados!
Eu tenho-a,
viva,
lá dentro
e, para que ela não fuja,
hei-de levá-los... fechados!...
Alfredo Reguengo
Etiquetas:
Alfredo Reguengo,
amor,
Poesia,
Portugal
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Eu......Florbela Espanca
Eu
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida! ...
Sou aquela que passa e ninguém vê ...
Sou a que chamam triste sem o ser ...
Sou a que chora sem saber porquê ...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida! ...
Sou aquela que passa e ninguém vê ...
Sou a que chamam triste sem o ser ...
Sou a que chora sem saber porquê ...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca, in "Livro de Mágoas"
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