Estava deitada na areia frente ao mar, meu telemóvel nas mãos, fazendo algumas pesquisas, lendo algumas notícias e olhando pelas últimas fotos feitas naquele sítio paradisíaco.
Quando uma senhora perguntou se não me importava de ela se pôr ao lado de mim, é verdade que a praia estava vazia e podia ir instalar-se mais longe.
Eu ali na minha solidão, escutando as ondas do mar e sentindo os raios de sol acariciar minha pele.
A primeira pergunta é sempre se somos dali, pois só pode ser. Eu sou dali sem o ser e ela igual, duas emigrantes de férias na Nazaré e quase nas mesmas idades.
Quando assim é, torna-se mais simples de conversar. Ela misturando palavras de inglês e eu de francês conseguimos nos entender perfeitamente.
Depois temos o mesmo sentir sobre muitas coisas. Coisas que prefiro não detalhar aqui. Tem muita a ver com a maneira de as pessoas viverem em Portugal, e também sobre nossas vidas que se parecem em alguns pontos de vista.
Por vezes conversando com ela, tinha a sensação de estar a falar para mim num espelho.
Acabamos por achar que não foi por acaso que nos encontramos, foi a vida que nos meteu em contacto.
Nas nossas vidas encontramos pessoas que estavam destinadas.
O destino ?