terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Viagem





Se não vieres,
eu partirei
sozinho
pela estrada-de-noite
que se alonga
na planura
sem
fim.

Levarei nos meus olhos,
cansados
de esperar,
a tua imagem
-que ali ficou
à força de sonhada
-e ela será
a luz
que me há-de guiar
na noite
sem madrugada...

Partirei triste
-eu
sei-
por não teres chegado,
como tinhas dito
-e triste,
sobretudo
por ver
que não vieste
por não te merecer...

Mas o que ninguém consegue
é tirar
a tua imagem
dos meus olhos
deslumbrados!

Eu tenho-a,
viva,
lá dentro
e, para que ela não fuja,
hei-de levá-los... fechados!...

Alfredo Reguengo

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