domingo, 28 de novembro de 2021

Ela levava nos seus ombros um peso enorme....



 

Ela levava nas   mãos tudo o que tinha na vida. Numa das minhas caminhadas aqui à volta do bairro onde vivo, ia uma mulher à minha frente. Quem a visse podia pensar que vinha das compras com seus sacos cheios. Tinha três sacos não muito grandes. Ela era magra com calça de jean, um casaco de lã maior que outro casaco que tinha por cima e a agasalhava mais do frio. Umas botas pretas altas cobriam-lhe a perna toda até o joelho. Enquanto ia atrás dela pensei no que ela podia estar a pensar. E fiquei triste. Ela ia dum passo seguro, para não mostrar que não tinha para onde ir. Só a vi de costas. Ela levava nos seus ombros um peso enorme duma vida não vivida, de sonhos não realizados, dum futuro cinzento e incerto. Com o tempo a arrefecer espero que ela encontre algum sítio quente para  se aquecer. Alguém que lhe dê uma bebida ou uma sopa e a ajude a sair da rua. Desejo que consiga de novo reencontrar um pouco da sua vida.


sexta-feira, 26 de novembro de 2021

A pandemia..........dois anos depois



 

 Depois de quase dois anos a tentar viver com este vírus continua tudo no mesmo. Diria que estamos pior. Para janeiro querem começar a vacinar as crianças a partir dos 5 anos. Quando antes diziam que as crianças não eram contagiosas e não eram elas que estavam mais  em risco. Então porquê as vacinar ? Porquê ? E depois serão vacinados os bebês logo à nascença ? Também deveriam vacinar os mortos. Quem sabe se eles não vão contagiar a terra, o sítio onde estão enterrados ! 

Se estou a favor da vacina ?  Não estou. A vacina ao meu ver pode-se tornar mais perigosa. Já estamos a ver que mesmo sendo vacinados vai ser preciso fazer um teste para poder ir viajar ou visitar alguém a um lar ou hospital. A vacina não impede de apanhar esse vírus. Estando vacinados muitos deixaram de cumprir os bons gestos e boas atitudes e assim nunca mais saímos disto. 
Cada um deve fazer como entende, a vacina não deve ser obrigatória. Porque o corpo é nosso e não deve ser um ministro o presidente que pode nos obrigar aquilo que não desejamos.


quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Visita à minha mãe.....

 

Naquele dia de outubro cinzento decidi ir visitar minha mãe. O tempo não estava muito bom para aproveitar o sol à beira mar. Fui de autocarro, fica a 10 km da Nazaré. Quando cheguei fui em primeiro em direção ao cemitério visitar meu paizinho. Ele se foi em março de 2019 mas sua ausência ainda é muito grande e falar dele é ainda muito doloroso. 

Depois passei toda a tarde com a minha mãe. Conseguimos conversar sem nos chatear. Conversar da vida, da família e outras coisas. O dia não estava quente. Acendi uma fogueira na lareira como meu pai me tinha ensinado com uma pinhoca.  Ela tomou um cafezinho com um bolinho. O lume crepitava, iluminava a peça e nos aquecia. No fim do dia, quando a noite já começava a cair, tive de ir embora, apanhar o autocarro. Quando sai a chuva caia e o vento tinha-se levantado. Cheguei à paragem do autocarro toda molhada dos pés à cabeça. No chão onde metia os pés era só poças de água. O abrigo onde esperava o autocarro não abrigava nada. Entrava chuva de todos os lados com a ajuda do vento. Fazia de noite e naquela paragem não havia nenhuma luz. Quando vi aparecer o autocarro ao longe, já com 30 minutos de atraso, fiz-lhe grandes sinais da mão. Ele vinha muito depressa, quando me viu começou a travar, viu que não iria conseguir parar, acelerou e desapareceu. O vi ir sem parar, me deixou ali naquele abrigo que não abrigava. Estava ali a chuva, ao vento, ao frio e toda encharcada. A 500 metros dali havia um supermercado, fui até lá para pensar no que fazer. Até meu telemóvel estava sem rede. Ali bebi um café e sentei-me. Depois consegui encontrar um número de táxi da Nazaré.  Só esperei o tempo necessário para ele fazer a deslocação da Nazaré. 
São dias assim que ficam a ser dias inesquecíveis.





sábado, 6 de novembro de 2021

Vamos até à Nazaré


Quando a luz do sol no fim do dia, ilumina o Sitio.




A saudade é a tristeza 

que fica em nós 

                                                                     quando as coisas de que gostamos

                                                                              se vão embora


                                                       Sophia de Mello Breyner 


Vista sobre a Nazaré, à  noite.





Não existe sítio mais lindo que este Sítio, que é meu Sítio



E quando regressas ao Sítio,
passando pelas ruas estreitas...


A Nazaré tem aquela magia, está sempre diferente, sempre maravilhosa

sempre um encanto.









A descida do Sitio a pé...





porque cada pôr-de-sol na Nazaré é único e magnifico...





 Vale a pena visitar a Nazaré...