segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Vozes do mar



Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d’oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?...

Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?


Tens cantos d'epopeias?Tens anseios
D'amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!

Donde vem essa voz,ó mar amigo?...
... Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!

Florbela Espanca

4 comentários:

Mar Arável disse...

Florbela sempre

Duarte disse...

Excelente combinação dando forma uma bela trilogia: essa imagem dum mar sem sim, uma voz doce da Dulce, e o soneto da mestra dos sonetos num canto ao nosso, ao que nos caracteriza.
Parabéns e um grande abraço

Mário Margaride disse...

Querida amiga Helena...

Adoro Florbela Espanca! Foi uma escolha feliz que aqui partilhaste connosco.

Obrigado, minha amiga.

Tem um excelente fim de semana!

Beijinhos carinhosos...

Mário

poetaeusou . . . disse...

*
amiga,
quando o sol cai,
o "Sitio" ruboriza-se,
num dom,
acima do nivel do mar,
a Nazaré anoitece
e
declama uma flor,
bela, lena, espanca !!!
,
conchinhas de uma Nortada fria !
*