Vozes do mar
Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d’oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?...
Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?
Tens cantos d'epopeias?Tens anseios
D'amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!
Donde vem essa voz,ó mar amigo?...
... Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!
Florbela Espanca
4 comentários:
Florbela sempre
Excelente combinação dando forma uma bela trilogia: essa imagem dum mar sem sim, uma voz doce da Dulce, e o soneto da mestra dos sonetos num canto ao nosso, ao que nos caracteriza.
Parabéns e um grande abraço
Querida amiga Helena...
Adoro Florbela Espanca! Foi uma escolha feliz que aqui partilhaste connosco.
Obrigado, minha amiga.
Tem um excelente fim de semana!
Beijinhos carinhosos...
Mário
*
amiga,
quando o sol cai,
o "Sitio" ruboriza-se,
num dom,
acima do nivel do mar,
a Nazaré anoitece
e
declama uma flor,
bela, lena, espanca !!!
,
conchinhas de uma Nortada fria !
*
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