domingo, 8 de novembro de 2009

Historia dum relógio


Os objectos são coisas vivas;
tem uma vida.
Podem se perder pelo caminho; mas duma maneira o de outra voltam de onde vieram.
Trinta anos atrás, meu marido ofereceu me um relógio.
Era um relógio de boa marca e era bonito.
Sem dar por ela, nem sei onde, nem como, fiquei sem ele;
desapareceu do pulso.
Entretanto tive de comprar outro mais barato, já que, como ele dizia, perco tudo.
Só dois anos depois,
o vi no braço da minha sogra.
Ele tinha caido por trás duma talha de azeite.
Quando foi buscar uma cêbola pendurada ao de cima, ele la se enfiou em alguma coisa e ali caiu.
Meu sogro o encontrou quando tirou dali as talhas para limpar aquela peça.
Ele, o mês passado me o entregou; andou 28 anos no braço da minha sogra.
Hoje fica ali para recordação.
Fiquei sempre impressionada como ela conseguiu sempre ver as horas, ela que ja mal conseguia ver.

8 comentários:

gaivota disse...

a história do relógio, fantástica! acontecem coisas assim, fáceis, como ele ter caído do braço da tua sogra, que bom ter sido encontrado
e foi um lindo gesto o teu sogro to oferecer
beijinhos

poetaeusou . . . disse...

*
o relógio
das horas do "tem que ser".
e foi o desejo da tua sogra,
acredito . . .
,
conchinhas,
,
*

Anónimo disse...

Esta é uma história real muito bonita.
beijinhos minha amiga Lena

Dia

Duarte disse...

Tal e como o contas, agrada...
Tudo é possível, quase sempre com bom fim, o que é uma pena são os anos que passaram, foi um reencontro feliz e um motivo para que faça historia.

Beijinhos

L e n a disse...

Gaivota,

ele caiu do meu braço,
meu sogro o encontrou dois anos depois atras duma talha de azeite.
Minha sogra andou com ele durante 28 anos até falecer;
e o mês passado meu sogro me o deu.

Agora quando vejo esse relogio, revejo minha sogra olhando para ele e dizer as horas que eram.

Beijinhos

L e n a disse...

Poetaeusou,

Acho que sim, que foi o desejo dela...
acredita que é uma linda recordação que me fica dela.

Um beijo !

L e n a disse...

Dia,

Não imaginava que a historia daquele relogio acabasse assim;
embora que a historia dele ainda não acabou, continuera a viver...

Beijinhos Dia

L e n a disse...

Duarte,

é que todos anos que ia a Portugal,
ela me mostrava esse relogio e relembrava como ele tinha chegado a ela,
e sobretudo foi o unico relogio que ela teve na vida dela.

Beijinhos